Em Abril de 2003, o Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, anunciou um “Roteiro” para resolver o conflito israelo-palestiniano, em nome dos Estados Unidos, das Nações unidas, da Rússia e da União Europeia (grupo que ficou conhecido por o Quarteto). Disse Annan:
Um entendimento desta natureza, negociado entre as partes, resultará na emergência de um Estado palestiniano independente e democrático, a viver lado a lado, e em paz e segurança com Israel e com os restantes países vizinhos. O entendimento porá fim à ocupação, que começou em 1967, tendo como base os termos de referência da Conferência de Madrid e o princípio da troca de terra por paz, as Resoluções 242, 338 e 1397 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os acordos a que antes chegaram as partes e a iniciativa árabe proposta pelo príncipe herdeiro saudita Abdullah, que a Cimeira Árabe avalizou em Beirute.
Os palestinianos aceitaram o Roteiro, na sua totalidade, mas o governo israelita anunciou que tinha catorze objecções formais e pré-requisitos, alguns dos quais iriam impedir quaisquer conversações de paz (...). As reservas de Israel incluíam:
1. O desmantelamento total de todos os subgrupos militantes palestinianos, a recolha de todas as armas ilegais e a sua destruição;
2. O fim das provocações contra Israel, sem que o Roteiro pudesse estabelecer que Israel deveria cessar a violência e as provocações contra os palestinianos;
3. O controlo da Palestina por Israel, incluindo a entrada e saída de todas as pessoas e de todas as mercadorias, além do espaço aéreo e do espectro electromagnético (rádio, televisão, radar, etc.);
4. A renúncia ao direito dos refugiados de regressarem a Israel;
5. A inexistência de qualquer discussão em torno da colonização israelita da Judeia, da Samaria e de Gaza ou do estatuto da Autoridade Palestiniana e das suas instituições em Jerusalém;
6. A inexistência de qualquer referência às cláusulas essenciais da Resolução 242 da ONU.
O resultado prático de tudo isto é que o Roteiro para a paz se transformou num objecto discutível, com duas únicas consequências: Israel tem conseguido usá-lo como elemento dilatório, com uma série interminável de pré-condições que nunca podem ser atendidas, ao mesmo tempo que continua a por em prática os seus planos para alcançar os objectivos unilaterais que definiu; e os Estados Unidos têm conseguido dar a impressão de que se mantêm positivamente envolvidos num «processo de paz», que o presidente Bush já fez saber que não seria possível atingir durante o seu mandato presidencial.
Um entendimento desta natureza, negociado entre as partes, resultará na emergência de um Estado palestiniano independente e democrático, a viver lado a lado, e em paz e segurança com Israel e com os restantes países vizinhos. O entendimento porá fim à ocupação, que começou em 1967, tendo como base os termos de referência da Conferência de Madrid e o princípio da troca de terra por paz, as Resoluções 242, 338 e 1397 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os acordos a que antes chegaram as partes e a iniciativa árabe proposta pelo príncipe herdeiro saudita Abdullah, que a Cimeira Árabe avalizou em Beirute.
Os palestinianos aceitaram o Roteiro, na sua totalidade, mas o governo israelita anunciou que tinha catorze objecções formais e pré-requisitos, alguns dos quais iriam impedir quaisquer conversações de paz (...). As reservas de Israel incluíam:
1. O desmantelamento total de todos os subgrupos militantes palestinianos, a recolha de todas as armas ilegais e a sua destruição;
2. O fim das provocações contra Israel, sem que o Roteiro pudesse estabelecer que Israel deveria cessar a violência e as provocações contra os palestinianos;
3. O controlo da Palestina por Israel, incluindo a entrada e saída de todas as pessoas e de todas as mercadorias, além do espaço aéreo e do espectro electromagnético (rádio, televisão, radar, etc.);
4. A renúncia ao direito dos refugiados de regressarem a Israel;
5. A inexistência de qualquer discussão em torno da colonização israelita da Judeia, da Samaria e de Gaza ou do estatuto da Autoridade Palestiniana e das suas instituições em Jerusalém;
6. A inexistência de qualquer referência às cláusulas essenciais da Resolução 242 da ONU.
O resultado prático de tudo isto é que o Roteiro para a paz se transformou num objecto discutível, com duas únicas consequências: Israel tem conseguido usá-lo como elemento dilatório, com uma série interminável de pré-condições que nunca podem ser atendidas, ao mesmo tempo que continua a por em prática os seus planos para alcançar os objectivos unilaterais que definiu; e os Estados Unidos têm conseguido dar a impressão de que se mantêm positivamente envolvidos num «processo de paz», que o presidente Bush já fez saber que não seria possível atingir durante o seu mandato presidencial.
Jimmy Carter - in Palestina. Paz, sim. Apartheid, não. Os Anos George W. Bush

