2007/10/22

«COMO ESTAVA AZUL, O CÉU»

2. Há apaixonados que não se suicidam: deste «túnel», que se segue ao encontro de amor, é possível que eu saia: revejo o dia, quer consiga dar ao amor infeliz um desenlace dialéctico (conservando o amor, mas desembaraçando-me da hipnose), quer me ponha a caminho, abandonando esse mesmo amor e tentando reiterar com outros o encontro de que conservo o deslumbramento: pois foi um «primeiro prazer» e não dou tréguas enquanto não o voltar a ter: afirmo a afirmação, recomeço, sem repetir.



Roland Barthes - in Fragmentos de um discurso amoroso