2008/01/30

Suponho que não vivem

«O Mensageiro: Ó vós, que habitais perto de Cadmo e do templo de Anfion, não há vida humana, que nós devamos invejar, ou deplorar, enquanto dure... A sorte eleva, ou abate, continuamente, os homens infelizes, e os ditosos; ninguém pode prever que destino está reservado aos mortais. Até pouco tempo Creonte me parecia digno de inveja; tinha conseguido libertar a terra Cadmeia de seus inimigos, assumiu o poder absoluto no Estado, dirigia o povo, sentia-se reflorir numa bela prole! No entanto, tudo está destruído! Quando os homens perdem a razão de ser da sua alegria, eu suponho que não vivem: são apenas cadáveres animados... Acumula em tua casa, se queres, riquezas sem conta; vive com o fauto de um rei; se não possuis a alegria, tudo isto não vale a sombra de uma fumaça, comparado a uma verdadeira felicidade.»

Sófocles - in Antígona


Mais Antígona, só n' A Barraca.
Palavra de Creonte.