2008/03/03

Exercícios de respiração


Romeo and Juliet
Dire Straits


Quando preciso de descomprimir, uso sempre do mesmo expediente. Procuro no meu passado - mais ou menos distante - memórias de momentos de prazer doido (how Richard Bandler is that for you?).
Desta vez, lembrei-me, não por causa do meu irmão e dos meus pecados de pacotilha, mas por conta da Teresa, a minha professora de música do 5.º ao 8.º ano, do Romeo and Juliet dos Dire Straits. A Teresa (nós tratávamos os nossos professores, com o maior respeito, pelo nome próprio, mas na terceira pessoa) era uma maluca de cabelo em pé, que nos punha a fazer testes em papel pautado, coisa que há-de ter traumatizado muitos de nós para a vida, e que só lhe perdoávamos porque, em abono da verdade, isto só acontecia muito raramente. Na maior parte dos dias, dávamos a nossa flauta a minuetes e allegros, o que nos era sofrível; ou cantávamos The Beatles e Dire Straits, com interlúdios de Mary Poppins (imagino que fosse a ideia dela de compromisso!). A certa altura, a Teresa deu-nos esta "peça" para "interpretar" (por assim dizer). Parecíamos uns anjinhos, Deus nos salve e guarde! Até que nos apercebemos que, a páginas tantas, a letra dizia "Juliet, when we made love, you used to cry" e decidimos que ninguém percebia muito bem a "intencionalidade da obra", o que se deveria, naturalmente, à nossa fraca compreensão da língua. Ai, o êxtase da antecipação quando pedimos à Teresa que nos traduzisse a letra da música! Já a estávamos todos a ver... encavacada... a encontrar desculpas para se escusar ao desafio... e isso, isso vale a pena ver. Paga mesmo todos os testes que nos obrigou a fazer até hoje!
O problema é que a Teresa era uma maluca de cabelo em pé que punha crianças a cantar Dire Straits.