2007/09/23

Episódio 230907: Sr. Moshe e Sr. Yehuda

Há uns tempos atrás, pedi emprestada ao meu irmão mais velho uma máquina fotográfica. Ontem, enquanto limpava a caixa de entrada das mensagens de texto do meu telemóvel, encontrei isto (cito de memória):

"Supa sista, vendo a minha máquina por 500 euros. Para ti, são 400. Também ta empresto, mas tem em consideração que a minha máquina está imaculada - nem um risquinho. Se voltar com caractarísticas adicionais, ficas com ela... pelos 400 euros."

É ponto prévio deixar claro que o meu irmão é um rapaz sério. Mas, isso dito, é um facto que é, de longe, a pessoa mais sovina que já conheci e, já me conformei, que algum dia hei-de conhecer. Não tenho conhecimento de qualquer ascendência judaica da família, embora o factor genético não seja de desconsiderar, já que o meu irmão do meio comunga do mesmo (feroz) traço de personalidade - e, por isso, suponho que o mais novo apenas tenha o gene da sovinice adormecido. De qualquer modo, anos de convivência permitem-me, agora, viver em paz com o facto dos meus irmãos serem competentíssimos actores humorísticos, embora a braços com a contingência de serem incapazes de despir a pele do personagem. Estou para lá dos anos da resignação, transformei os meus irmãos em entertenimento doméstico. Eles não sabem, mas o que fazem todos os domingos, é arte.