Felizmente, antes de assinar a declaração anti-plágio, sujeitei o meu texto a exame por algumas (boas) pessoas. Afinal, parece que, antes de mim, já alguém falava de Estados com perturbações dissociativas da identidade.
Ok. Definitivamente, nos últimos tempos, a minha originalidade anda pelas ruas da amargura.
Adenda: Compulsada a tese* que me haviam indicado, constato que a autora diagnostica uma esquizofrenia a um "Estado Dr. Jekyll e Mr. Hyde". E mais faz votos que a «esquizofrenia jurídica» da Administração Pública não se revele, à semelhança dos casos patológicos reais, um «caso perdido», para os quais prescreve «internamento perpétuo».
Bem vistas as coisas:
(i) Usa da mesma figura de estilo num contexto que não é o meu;
(ii) Tenho dúvidas que o Dr. Jekyll (que, por vezes, assinava também Mr. Hyde) fosse esquizofrénico;
(iii) O meu optimismo masoquista baseado, neste caso, nas fundações sólidas da minha ignorância, não me permite dar de barato que os esquizofrénicos sejam, do ponto de vista clínico, «casos perdidos» dignos de «internamento perpétuo» - reservando dúvidas também quanto ao facto de ser esse o entendimento da comunidade científica;
(iv) Na melhor das hipóteses, a autora não está segura do seu diagnóstico da Administração Pública, só assim se compreendendo que deposite esperanças num paciente, na sua maneira de pensar, condenado à partida.
De modo que, com a arrogância própria de qualquer médico de trazer por casa (tão comuns quanto os treinadores de bancada), não prescindo dos meus direitos autorais, transigindo apenas quanto à circunstância da mesma imagem se ter dado já a outros aproveitamentos.
* A Fuga Para o Direito Privado - Contributo para o estudo da actividade de direito privado da Administração Pública, Maria João Estorninho.

