2007/11/21

«Todo o apaixonado é louco, pensa-se. Mas alguém imagina um louco apaixonado? De maneira nenhuma. Apenas tenho direito a uma loucura pobre, incompleta, metafórica: o amor torna-se como louco, mas não comunico com a sobrenatureza, nada existe em mim de sagrado; a minha loucura, simples despropósito, não tem força, é mesmo invisível; no mais, totalmente recuperada pela cultura: é uma loucura que não mete medo. (Porém, é no estado apaixonado que certos sujeitos razoáveis adivinham imediatamente que a loucura está ali, bem próxima, possível: uma loucura em que se perderia o próprio amor.)»

idem