2008/07/15

O acordo do Dr. Coito Pita

O Diário de Notícias é, cada vez mais, um caso de jornalismo desesperado. Ocasionalmente, a nossa dedicação é compensada - não por momentos de jornalismo de excepção, é certo - mas, pelo menos, por momentos de humor assinaláveis.
Hoje, na página 57, sob o título «"Eu não pedi desculpa", garante Baptista-Bastos», lê-se que o jornalista e Alberto João Jardim (vá lá..., não é aqui que está a piada!) terão chegado a acordo, no âmbito de um processo crime, por difamação, que o último moveu contra o primeiro, na sequência de uma crónica que Baptista-Bastos deu a publicar, há quatro anos atrás.
Essencialmente, Baptista-Bastos diz o seguinte: "O Dr. Coito Pita [advogado de Jardim e deputado do PSD/Madeira na Assembleia Regional], através do meu advogado, propôs um acordo no sentido de se revolver as coisas. Tudo bem. Pessoalmente, eu não tenho nada contra o Dr. Jardim. Nem o conheço. Mas eu não pedi desculpa, que fique claro. Declarei, sim, que não tinha intenção nenhuma de ofendê-lo, que era uma posição política e moral que se rege por princípios de ordem ética. Sempre foi assim. Nada tem de pessoal." De sua banda, o Ilutre causídico, diz-se "satifeito com o desfecho deste caso, pois tratam-se de duas pessoas de bem". Ora, ainda bem. É o que se quer, um final feliz.
Só recordar, em jeito de conclusão, que a crónica que não queria ofender o Dr. Alberto João e que mais não foi que o assumir, isso sim, de uma posição política e moral que se rege por princípios de ordem ética, dizia, designadamente, sob o título "Um fascista grotesco", que: "A objurgatória contra chineses e indianos corresponde aos parâmetros ideológicos dos fascistas. E um fascista acondicona o estofo de um canalha". E "O homenzinho é o que é: um despudorado, um sem-vergonha da pior espécie."

És grande, Baptista-Bastos! Daniel Oliveira, põe os olhos no Mestre.